Funcionários do estado indiano de Himachal Pradesh estão a intensificar estudos em relação ao potencial do cânhamo para uma ampla gama de aplicações médicas e de saúde, de acordo com o Ministro da Receita Jagat Singh Negi.
Negi disse que um comité nomeado pelo governo está agora a explorar a política da cannabis, observando o mercado e o potencial de receita, bem como as possibilidades de criação de empregos através de um completo programa direcionado ao cânhamo.
O estado prevê a produção de cânhamo como consumivel para bioplásticos e materiais naturais de construção, produtos farmacêuticos, produtos ayurvédicos, têxteis, alimentos e cosméticos, disse Negi numa recente reunião do comité em Shimla.
Estudo de política
O comité de Himachal Pradesh está a analisar o impacto da regulamentação do cânhamo no estado fronteiriço de Uttarakhand e em Madhya Pradesh, na parte central do país, onde os programas de cânhamo são mais avançados, com o objetivo de tornar o estado um líder na atração de investimentos enquanto levanta as perspetivas económicas para áreas rurais empobrecidas e capitalizando os benefícios ambientais do cânhamo.
A agricultura em Himachal Pradesh é liderada pelas maçãs onde o estado é líder da Índia. Os agricultores também produzem batatas, milho e outros grãos, bem como vegetais e outras frutas.
Lento no desenvolvimento
A indústria do cânhamo tem mostrado desenvolvimento lento na Índia, onde a produção e venda de produtos industriais de cânhamo são legais há várias décadas sob regras rígidas da Lei de Drogas Narcóticas e Substâncias Psicotrópicas (NDPS) de 1985.
De acordo com o NDPS, o cultivo de cannabis é ilegal, mas o cultivo de plantas de cânhamo com menos de 0,3% de THC é legal para aplicações industriais. No entanto, os estados agem de forma independente e muitos ainda não sancionaram a produção de cânhamo.
Em 2018, o Conselho Indiano de Pesquisa Agrícola (ICAR) aprovou o cultivo de cânhamo industrial com fins de pesquisa em Uttarakhand. Desde então, Himachal Pradesh, Uttar Pradesh, Madhya Pradesh, Jammu e Caxemira iniciaram pilotos, mas a comercialização diminuiu.
Desafios
A Autoridade de Segurança e Segurança Alimentar da Índia assinou regulamentos em 2021, que abriram mercados para grãos de cânhamo nos setores de alimentos e bebidas. Porém a Índia enfrenta o desafio de possuir um ecossistema fraco para o desenvolvimento de produtos alimentares de cânhamo, agravado pela lacuna no conhecimento e compreensão dos processos envolvidos no lançamento de produtos no mercado. Observadores dizem que a pesquisa ainda está num estágio inicial e que os consumidores ainda devem ser informados e educados sobre o cânhamo.
A Índia e o subcontinente indiano abrigam muitas variedades nativas de cannabis. No entanto, sementes de cânhamo de qualidade são escassas e a genética para sementes de cultivo para produzir grãos para alimentação ainda precisa ser desenvolvida.