Empresas alemãs, suíças e canadianas obtêm licenças no Zimbabué

Os investidores alemães, suíços e canadianos estão entre aqueles que receberam licenças de cultivo e processamento ao abrigo do programa zimbabuano para a canábis. Foram entregues 57 licenças a empresas estrangeiras e locais, segundo um anúncio esta semana da Agência de Investimento e Desenvolvimento do Zimbabué (ZIDA).

O Ministério das Terras e a Autoridade de Controlo de Medicamentos do Zimbabué estão a trabalhar com a ZIDA para gerir o negócio da canábis, partilhando a autoridade sobre os requisitos regulamentares.

A ZIDA afirmou que algumas explorações agrícolas estão já em operação.

As entidades estrangeiras licenciadas esta semana “detêm 100% do seu investimento”, disse a ZIDA num comunicado publicado no domingo.

O governo tinha como objetivo gerir as indústrias de canábis do Zimbabué sob alçada do Estado, quando há dois anos iniciou os ensaios com cânhamo. Mais tarde, abandonou esta estratégia para encorajar o investimento privado no cânhamo e na marijuana medicinal, os únicos subsetores em que os operadores podem abrir negócios legais ao abrigo das leis de cânhamo do país.

Trocar o tabaco pelo cânhamo

O governo zimbabuano considera o cânhamo industrial um substituto para a queda das exportações de tabaco no país. O Zimbabué é o maior produtor de tabaco de África, mas esse setor tem emagrecido perante a tendência global de abandono do tabagismo. Isto tem contribuído para a estagnação da economia do país, registada há quase duas décadas, apesar da vasta riqueza de recursos naturais desta nação africana. O tabaco representa cerca de 20% das exportações do Zimbabué.

O governo criou o Fundo de Cânhamo Industrial do Zimbabué (ZIHT), uma iniciativa de desenvolvimento para ajudar os agricultores a iniciar atividade com cânhamo, procurando novos mercados de exportação para a sua produção.

O governo está também a disponibilizar arrendamentos por períodos de 99 anos em quintas estatais para dar início à cultura do cânhamo. O Zimbabué registou a sua primeira colheita de cânhamo industrial legalmente cultivado em fevereiro de 2019, após descriminalizar o cultivo de canábis em 2018. Os regulamentos para a indústria foram publicados em outubro de 2020.