Governo guianense assina plano para desenvolver a indústria do cânhamo

Presidente Mohamed Irfaan Ali

O Gabinete de Ministros da Guiana deu luz verde ao cultivo e transformação do cânhamo industrial, afirmando que o setor poderá criar milhares de empregos e novas indústrias.

O governo foi influenciado a apoiar uma iniciativa para desenvolver a indústria nacional de cânhamo, após um relatório da Força de Defesa da Guiana, da Polícia da Guiana e outras partes interessadas, as quais analisaram o potencial do cânhamo no país depois de escrutinarem as melhores práticas à escala global.

O vice-presidente Bharrat Jagdeo afirmou que tanto os ministros como o Conselho de Defesa analisaram as recomendações feitas pelo Procurador Geral Anil Nandlall, incumbido no ano passado de analisar a viabilidade da legalização do cânhamo industrial.

Impulso económico

O presidente Irfaan Ali disse que a indústria do cânhamo poderá impulsionar a economia guianense, mas afirmou também que é necessária uma auscultação nacional antes de se estabelecer um quadro regulamentar. É provável que seja criada uma nova agência para monitorizar a indústria.

“É uma indústria que julgo ser viável, desde que bem gerida. Esta é uma questão nacional importante, que exige também o contributo nacional”, disse o presidente à imprensa, após a recente aprovação do gabinete.

“Com base no relatório do Conselho de Defesa, existem possibilidades úteis do ponto de vista económico e financeiro, que não afetariam de forma alguma o bem-estar do povo”, disse o Presidente.

Projeções otimistas

Os proponentes encontram benefícios económicos não só na agricultura e processamento do cânhamo, mas também apontam para o potencial comercial em cadeia nos setores do marketing, banca, seguros e retalho.

Os apoiantes têm citado estudos que indicam que a plantação de 100,000 hectares (~250,000 acres) poderia criar 40,000-50,000 empregos sustentáveis, contribuindo para o desenvolvimento económico através de créditos de carbono e produção a partir de sementes e caules de cânhamo.

Os proponentes sugerem que 500 famílias guianeses sejam selecionadas para gerir cada uma 10 hectares (~25 acres) de cânhamo industrial. O total estimado seria 5,000 hectares (~13,350 acres), que poderia produzir 50,000 toneladas de caule de cânhamo a ser transformado em 15,000 toneladas de fibra e 35,000 toneladas de hurd. Uma vez estabelecidas, essas explorações de cânhamo poderiam aumentar de escala, de acordo com os defensores do cânhamo.