Grupo alemão propõe comissão, pedindo à coligação governamental para não “esquecer” o cânhamo

A Associação Empresarial de Canábis da Alemanha (BvCW) elogiou os planos da nova coligação governamental, que pretende estabelecer um programa de licenciamento para dispensários de marijuana. Contudo, recordou aos partidos a necessidade de avançar com reformas decisivas para o crescimento dos setores industriais do cânhamo.

Os partidos da nova coligação concordam com reformas nas leis alemãs para a canábis, que poderão estabelecer “bases positivas para uma abordagem razoável a todos os potenciais da planta de canábis”, declarou a BvCW.

Há sinais de que o governo pretende “introduzir a venda controlada de canábis enquanto bem de luxo em lojas licenciadas” e promover outras reformas para apoiar o setor da marijuana de utilização por adultos, disse BvCW. Mas “as reformas necessárias no campo da canábis medicinal e do cânhamo industrial não devem ser esquecidas”, insistiu a Associação.

Sugestões por parte de um painel de especialistas

A BvCW propõe criar uma comissão de canábis baseada no modelo da comissão alemã de carvão, onde um amplo leque de especialistas de diferentes disciplinas e grupos poderá prestar aconselhamento na definição dos regulamentos para a canábis, disse Jürgen Neumeyer, o diretor geral da Associação.

A BvCW afirmou ter já criado um grupo de trabalho para oferecer conhecimentos técnicos nas negociações em curso no Bundestag. “Devemos evitar, tanto quanto possível, os erros de legalização cometidos por outros países”, disse a Associação.

A nova coligação tem apoiado os stakeholders do cânhamo, pois os três partidos – o Partido Social-Democrata (SPD), o Partido dos Verdes (ALLIANCE 90) e o Partido Democrático Livre (FDP) – concordam com reformas fundamentais nas leis do país sobre o cânhamo. A BvCW afirmou que o novo governo pode mudar a sorte dos produtores de cânhamo, e recomendou um plano com seis pontos para o setor.

Mudanças necessárias

Para a BvCW, de entre as várias mudanças necessárias, o cânhamo industrial deverá ser retirado das leis de narcóticos da Alemanha e o limite de THC para o cânhamo terá de aumentar para 1.0%.

Para a associação, são também necessários regulamentos federais padronizados para a CBD e outros canabinóides não tóxicos. Estas regras não devem limitar o “CBD natural”, que deverá ser disponibilizado aos clientes sem receita médica. Os extratos de canabinóides enriquecidos devem estar sob alçada de novas diretrizes de segurança alimentar.