Relatório indica que o conteúdo de CBD nos rótulos difere dos níveis encontrados em cafés e chás

Mais de metade dos 29 produtos de chá e café de cânhamo, submetidos a análises recentes nos EUA, mostraram níveis de CBD diferentes dos anunciados na rotulagem, segundo um estudo.

A Leafreport, uma avaliadora de CBD sediada em Telavive, Israel, afirmou ter encontrado produtos com variações entre 11.5% e 62% em relação ao conteúdo de CBD rotulado. A Leafreport analisou produtos de várias marcas para apurar a veracidade dos rótulos sobre a potência alegada.

A avaliadora indicou que, embora alguma variação em produtos naturais como CBD derivado do cânhamo seja natural, os níveis devem estar dentro de uma amplitude razoável.

É necessária regulamentação

“Os especialistas da indústria afirmam que os produtos de canábis devem apresentar níveis de canabinóides de 10% em relação à quantidade anunciada”, disse a Leafreport, mas os produtos de CBD carecem ainda de regulamentações por parte da U.S. Food & Drug Administration (FDA). Esta agência efetua regularmente operações de controlo de produtos CBD erroneamente rotulados e com alegações infundadas. Mas pouco fez até agora para estabelecer regras de proteção aos consumidores e abrir caminho para a existência de um mercado para os consumidores e vendedores.

A SC Labs, de Santa Cruz na Califórnia, efetuou testes para o estudo da Leafreport, obtendo certificados de autorização (COAs) para os 29 produtos analisados. Essa análise constatou que, entre os 14 chás e cafés anunciados como tendo extrato de cânhamo de espectro amplo ou total, 11 (79%) foram rotulados com “precisão”, enquanto apenas três continham CBD.

Além disso, 14 produtos tinham níveis de CBD dentro de 10% da quantidade mencionada no rótulo, o que é necessário para obter a classificação A. A escala utilizada pela Leafreport varia entre A (“excelente”) e F (“reprovado”). Os produtos reprovados foram aqueles com níveis de CBD diferentes do rótulo em mais de 30%.

Inconsistências

Os testes constataram também que as marcas com vários produtos obtiveram boas pontuações num produto, mas pontuações baixas noutros, o que indica problemas de consistência.

O relatório sugere que os chás e cafés à base de CBD são mais difíceis de formular do que os óleos, pois incluem quantidades relativamente pequenas de CBD. “Ainda assim, os resultados foram melhores do que o esperado”, disse o relatório Leafreport.

Contudo, as imprecisões na rotulagem continuam a ser um problema para o setor de CBD, disse Lital Shafir, chefe de produto na Leafreport. “Podemos encontrar CBD em quase tudo, incluindo chás e cafés, mas será que estes produtos contêm tanto CBD como o que é anunciado, e será que estão a dar o que é prometido aos consumidores?”, disse Shafir. “Quando 50% dos produtos contém quantidades inexatas de CBD, isso não pode ser visto como positivo”.