Startup brasileira idealiza estratégia de blockchain em iniciativa de remoção de carbono

Uma startup brasileira disse que planeia usar a tecnologia blockchain num modelo que vincula a criptomoeda a uma fração do solo revitalizado pelo cânhamo, com o valor representado por um token digital.

A iniciativa, desenvolvida pela Kanna Coin, com sede em São Paulo, tem como objetivo financiar projetos que visem reduzir as emissões de dióxido de carbono, de acordo com o relatório branco da empresa.

Uruguai e Colômbia primeiro

Além de explorar o potencial comercial do cânhamo, “Kanna é uma DAO (organização autónoma descentralizada)… que reinveste o lucro gerado para expandir a sua área de atuação e, consequentemente, melhorar a sua base em ações de impacto ambiental e social”, disse o cofundador Luis Quintanilha.

A empresa disse que a sua iniciativa está alinhada com quatro dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas – avanço de indústrias e infraestrutura inovadoras, consumo e produção sustentáveis, luta contra as mudanças climáticas e reversão da degradação da terra e perda de biodiversidade.

Apesar de muitas discussões e propostas de leis que estão a ser consideradas, o Brasil não fez nenhum progresso substancial no desenvolvimento de um programa de cânhamo. A Kanna disse que planeia inicialmente arrendar terrenos no Uruguai e na Colômbia, onde a colheita é legal.

Comércio de créditos de carbono

Até 2026, a empresa pretende cultivar 150 hectares de cânhamo, remover 66.000 toneladas de dióxido de carbono da atmosfera e gerar 40 milhões de dólares em receita por meio da negociação de créditos de carbono com base no seu token, o KNN.

Embora visando principalmente o mercado consumidor, a Kanna disse que está analisar o potencial de atrair acionistas institucionais que fazem grandes compras de tokens KNN através de um modelo de conversão de capital social.

A Kanna foi fundada por Luis Quintanilha, sócio da empresa de educação Gama Academy, e Mario Lenhart, ex-executivo financeiro da PricewaterhouseCoopers, Fiat e do grupo de investimentos Votorantim, de São Paulo.