O Serviço de Investigação Agrícola (ARS) do Departamento de Agricultura dos EUA anunciou uma parceria com uma empresa do Illinois. Será um projeto de 24 meses para desenvolver produtos para o tratamento da pele com base em ingredientes “cosmecêuticos” derivados do óleo de cânhamo.
Os cientistas da ARS e o Centro de Bioprocessamento do Midwest (MBC) em Peoria (MBC) estão a utilizar a “biocatálise”, um processo patenteado e desenvolvido por uma equipa de químicos no Centro Nacional ARS para a Investigação de Utilizações Agrícolas (NCAUR) em Peoria. A equipa recorreu a este processo para criar uma classe de compostos – os glicerídeos de soja feruloyl (FSG) – a partir de óleo de soja, que desde então começaram a ser comercializados.
A ciência
O novo projeto consiste em explorar a criação de ingredientes semelhantes à base de ácido ferúlico derivado do óleo de cânhamo biocatalizado. O objetivo é criar ingredientes para produtos de tratamento pessoal com propriedades de absorção ultravioleta (UV) e antioxidantes. O processo utiliza enzimas e calor em vez de químicos e solventes agressivos, permitindo catalisar reações que vinculam antioxidantes naturais, como o ácido ferúlico, aos lípidos presentes nos óleos.
A MBC especializa-se no fabrico de produtos químicos orgânicos e farmacêuticos. A Unidade de Investigação de Tecnologias Renováveis da NCAUR em Peoria é um dos sete institutos que investiga permanentemente as utilizações de valor acrescentado para produtos agrícolas, além dos subprodutos de itens processados.
Mercados em crescimento
A NCAUR desempenhou também um papel primordial na criação de abordagens sustentáveis ao processamento de produtos agrícolas. O objetivo é aumentar as oportunidades económicas para os produtores de culturas estabelecidas, como o milho, trigo e soja; mas também de culturas emergentes, como a cuphea e o cânhamo industrial.
Além de abrir a porta para os mercados de cosméticos e tratamento pessoal, os cientistas da NCAUR investigam formas de melhor processar o cânhamo em combustíveis, lubrificantes e adesivos, bem como ingredientes alimentares funcionais e produtos fibrosos.
O Serviço de Investigação Agrícola é a principal agência de investigação científica interna do Departamento de Agricultura dos EUA. A ARS e a MBC trabalham segundo um acordo cooperativo de investigação e desenvolvimento (CRADA). O governo não contribui financeiramente, mas autoriza os seus cientistas a trabalharem com entidades privadas.